Você já se viu numa situação parecida com essa?
Um dia difícil, super estressante, mil coisas a fazer. Você abre uma barra de chocolate num frenesi, quase em transe. “Só um pedacinho,” você diz a si mesmo. E termina comendo o pacote inteiro.
Aquele momento de prazer passa rápido e pode até lhe deixar se sentindo mal (provavelmente vai), mas enquanto o chocolate derrete na sua língua, ah! Parece que tudo está sob controle. Essa é a calma antes da tempestade!
Bom… Na verdade esse é o olho do furacão.
A situação acima é um exemplo de fome emocional, o que é um disfarce da ansiedade. Quer dizer comer para suprir alguma demanda emocional que não está sendo atendida. E o pior: dependendo do “estrago”, no final você vai adicionar culpa e vergonha ao mix de emoções negativas que já estavam circulando por aí.
O que está por trás da fome emocional
Já deve ter dado para perceber que a fome emocional é um sintoma de algo maior.
O que está por trás disso é a forma como a gente administra os próprios sentimentos. E muitas vezes isso esconde que não estamos cuidando de nós mesmos como deveríamos.
É fácil cair numa espiral negativa aqui. Quando sentimos uma espécie de vazio, tentamos preencher isso com comida, nos sentimos pior…
Pode soar brega, mas paciência: com a fome emocional, não é o estômago que precisa de comida. São outras áreas da vida que precisamos nutrir.
E para destrinchar isso, vamos olhar esse processo no nível bioquímico.
A bioquímica da fome emocional
Existe um motivo para a gente não sentir vontade de tomar SUCO DETOX quando a fome emocional ataca.
Alimentos cheios de açúcar, processados e afins são desenvolvidos para serem literalmente viciantes. Desde o “crec” que alguns deles fazem (provavelmente desenvolvido em laboratório), passando pelos sabores artificiais, até a adoção de nomes sugestivos… Essas comidas produzem opioides (compostos com efeitos parecidos aos do ópio, presentes em diversos narcóticos) durante a digestão.
Isso dispara a liberação de hormônios relacionados ao prazer, em especial a dopamina e as endorfinas.
O corpo também desenvolve uma resistência às comidas processadas e açucaradas – estimulando doses cada vez maiores.
Por isso que é tão difícil comer SÓ UM quadradinho de chocolate.
Precisamos de cada vez mais para sentir as recompensas hormonais na corrente sanguínea (trazendo aquela sensação de prazer, de bem estar, de satisfação).
Como controlar a fome emocional?
Tudo bem, a gente pintou um cenário nada animador aqui, né? Só que entendendo tudo isso, podemos finalmente atacar a fome emocional e cortar o mal pela raiz!
O primeiro passo para isso é descobrir os motivos que estão nos levando a usar o alimento como válvula de escape.
O segundo é entender que a gente pode tirar proveito dos momentos em que NÃO estamos com os nervos à flor da pele para começar um relacionamento mais saudável com a comida. Isso cria momentum e pode nos proteger mesmo quando o estresse aparecer.
O terceiro passo é hackear a fome emocional também no nível bioquímico.
Ao invés de tirar suas doses de dopamina e endorfinas de alimentos processados, você pode criar isso internamente com pequenos atos de autocuidado ao longo do dia.
Tanto a dopamina como as endorfinas são liberadas depois de praticar exercícios físicos, mas a gente nem vai entrar nesse mérito agora. Por enquanto, no entanto, é útil questionar: por que algumas academias colocam cadeiras de massagem à disposição dos clientes?
Se você já se exercitou depois de um período sedentário, SABE que quando você COMEÇA a fazer exercícios, você sente menos prazer e mais DOR! EXAUSTÃO! SOFRIMENTO!
Nesse caso, uma massagem é outra forma de liberar endorfinas – o que te ajuda a manter a consistência dos treinos, porque você tá recebendo sua recompensa hormonal. Yay!
A chave é encontrar uma fonte mais saudável dos hormônios do prazer. Isso pode ser, daaaã! Uma massagem!
Contato com pessoas queridas é mais uma opção.
Ou basicamente qualquer atividade simples que eleve seus níveis de energia: fazer 10 polichinelos, dançar ao som da sua música preferida ou só pular pra cima e pra baixo feito uma gazela alegrinha.
Um efeito colateral é que a) isso pode ser divertido, e b) você provavelmente vai rir.
Rir, por acaso, é outra fonte de endorfinas. Dupla vitória!
Aprender a lidar com a fome emocional significa encontrar prazer em outros tipos de recompensas. Quer dizer se sentir bem de forma duradoura.
E sim, você ainda pode tirar um dia na semana para enfiar o pé na jaca sem culpa, sabendo que seu relacionamento com a comida não é mais abusivo.
Ótimo conteúdo, esse tipo de efeito psicológico é bastante confuso e bastante sério, precisa ser mais discutido.